domingo, 11 de fevereiro de 2018

Star Wars VIII - Os Últimos Jedi (ou vários filmes em um)




Por Davi Paiva.


Falar de Star Wars é sempre difícil para mim. Posso ser um fã que não tem artigos colecionáveis e nem participo de grupos importantes de fãs, além de nunca ter ido a uma JediCon. Porém, faço o possível para estudar toda a obra criada por George Lucas, me inspiro muito nela para criação de minhas obras e procuro sempre ver o lado bom e ruim de tudo que foi criado antes e depois da compra dos direitos pela Disney. Não consigo ouvir a notícia de um novo filme, desenho, jogo ou série sem criar grandes expectativas.

Após achar por engano que o Rogue One seria o oitavo filme da série (como vocês podem ver no final do meu artigo sobre o sétimo filme), aguardei como todo bom fã sobre notícias da produção do oitavo. E assim como muitos, lamentei a morte da atriz Carrie “Leia” Fisher, já pensando em como isso impactaria na produção da minha amada franquia cinematográfica (sem deixar, é claro, de sentir pena pela morte da atriz). O primeiro trailer me impactou tão profundamente quanto a questão do singular e plural de “Jedi” fazendo vários fãs formularem hipóteses e criarem expectativas.

Assisti ao filme na boa e velha PlayArte no Shopping Center 3 (eu vivo falando para me darem ingressos, mas ninguém me escuta...). Dessa vez, dois fatos tornam a exibição do filme bem distinta das demais: não só não fui com a minha namorada (ela não gosta de Star Wars) como fui acompanhado de meu primo em uma sessão de domingo bem cedo, pois ele queria ir à igreja no mesmo dia (quem disse que nerds não podem ser religiosos? Hein?).

O que eu tenho a dizer? Vamos analisar por partes. E dessa vez, vendo o filme pela ótica de seus três personagens principais...

Star Wars – Rey: que quebra de expectativa, hein? Após uma jornada incrível, Rey (Daisy Ridler) entrega o sabre de luz para Luke (Mark Hamill)... e ele o joga fora!
Infelizmente, o arco da personagem que representava uma das coisas mais importantes do mundo de Star Wars, que é a Força, deixou muito a desejar. Era negação do treinamento para cá... encontros com Kylo Ren (Adam Driver) através da Força para lá... treinamento sendo executado aqui... Porgs acolá...


Foco, Rey! Você precisa derrotar um cara que você já derrotou antes!


A função da Rey, a meu ver, foi quase servir de par romântico com o Kylo Ren no melhor estilo “Crepuscular” e dar um jeito de manter o Luke ocupado, bem como mostrar o quão falho ele era como mestre (ponderar se matava o próprio sobrinho, dar um treinamento todo sem jeito, tomar bronca do fantasma do Yoda, etc.). Uma pena. Perdemos a oportunidade de ver o Luke como um mestre calejado e capaz de dar respostas às perguntas e, infelizmente, tivemos que nos contentar somente com a sua super demonstração de poder...

Star Wars – Poe Dameron: em “Os Últimos Jedi”, Oscar Isaac pôde atuar tudo que não deixaram que ele fizesse no filme anterior. Aqui o temos em ação tanto em espaço fechado (naquele singelo começo enrolando o General Hux, de Domhnall Gleeson) quanto contracenando fora da nave com amigos como Finn (John Boyega), novos aliados como Rose (Kelly Marie Tran) e novos obstáculos como Holdo (Laura Dern). E é claro, a cena inicial de ação deixou claro a todos porque ele é considerado um grande piloto.


Poe, esperamos que você tenha mais destaque (e acertos) no próximo filme!


Infelizmente, o personagem é desperdiçado do segundo ato em diante porque parece que todos sabiam do plano de evacuação, exceto ele. No fim, ele teve que se contentar em finalmente conhecer Rey (e para muitos, o largo sorriso que eles deram um para o outro foi um sinal que eles não serão somente amigos...).

Star Wars – Finn: o que dizer desse cara que eu mal conheço e admiro pacas?

Infelizmente, não muita coisa.

Finn acorda de um coma gritando pelo nome da Rey, pergunta por ela para Poe, encara Rose como um obstáculo com o intuito de salvar a amiga, é obrigado a viver uma aventura um tanto quanto desnecessária (que só serviu para mostrar quem patrocinava as guerras), falhou em encontrar a pessoa certa e teve que se contentar com a ajuda falsa de DJ (Benicio Del Toro) para, no fim, ser traído e mostrar que é durão enfrentando a Phasma (Gwendoline Christie), que apesar de ser uma personagem estilosa, já havia sido reduzida a pouca coisa por ter sido facilmente dominada no filme anterior. E o pior de tudo: bastou uma frase piegas e um selinho para ele se esquecer da garota com a qual se preocupou O FILME TODO! Duvidam? Reparem que ele tomou conta da Rose enquanto a Rey estava com Poe...


Vou lançar o “Shampoo Finn e Rose”. Vai ser muito bom, pois não terá nenhuma química...


Star Wars – Kylo Ren: sabe aquele personagem com visual nota dez e uso nota zero? Este é Kylo Ren.

Com todo seu visual bacana e capaz de parar tiros de blaster com as mãos, Kylo Ren nunca deixou de ser um emo chiliquento que, conforme é dito até no filme, tomou uma surra de uma garota que nunca usou um sabre de luz na vida.

E pelo visto, o nosso nada simpático vilão deixou de vez a sua máscara para exibir a sua napa gigante e sua musculatura esquisita (sério... pra quê aquilo?!), além de matar o Líder Supremo Snoke (Andy Serkis), cuja bola foi enchida pelo seu ator em entrevistas, e participar de uma das piores cenas de luta de Star Wars já vistas: uma Padawan e um quase-Sith enfrentando... minions?!


Vocês não fazem ideia do quão doloroso foi ver essa cena...


Não levem a mal. Como eu disse antes, gosto muito de Star Wars e sempre espero o melhor dos filmes. E uma luta tão “mata-cobra”, com socos e chutes contra sujeitos com armas que param sabres de luz (a única coisa que deve parar um sabre de luz é OUTRO sabre de luz!) foge totalmente daquilo que havia sido apresentado até no filme anterior.

E como pudemos ver, o enforcamento de Kylo Ren não anda dos melhores. Depois de asfixiar Hux, o mesmo ainda continuou dando voz de comando durante o ataque final.

Star Wars – outros detalhes: é tanta coisa que é mais fácil colocar em tópicos.

• Carrie Fisher, sentiremos a sua falta! Poderiam ter refilmado as suas cenas e lhe dado uma morte tocante no espaço... mas nããããããão! Tinham que fazer você usar a Força!

• Holdo? Nunca critiquei;

• Porgs, vocês são bonitinhos. Pena que faltou um pouco mais de tato e função na criação de vocês. Com isso, vocês seriam o Baby Groot do universo Star Wars;

• Pelo visto, o espírito “Rogue One” continua firme e forte no universo Star Wars. A irmã de Rose morre para bombardear seus inimigos e Holdo faz um dos ataques mais ogros da história do universo cinematográfico;

• Luke, como eu disse, foi overpower. Porém, dado as circunstâncias da morte da Carrie Fisher, poderiam ter segurado o personagem para o próximo filme...


Que discursinho contraditório, hein?


Apesar de ouvir vários podcasts sobre o filme, conversar com amigos e ler algumas resenhas, entendo a ideia que foi passa pelo filme: todos estão fadados ao fracasso e errar é humano. Da mesma forma como “O Império Contra-Ataca” terminou deixando um gosto amargo na boca dos fãs, “Os Último Jedi” nos dá sensações de perdas dentro e fora das telas.

E esperamos que elas sejam tão solucionadas quanto esperamos pela maturidade de Kylo Ren (ou, pelo menos, a explicação do que é a Ordem dos Cavaleiros de Ren...).

Obrigado a todos(as).


#LutoEternoPorCarrieFisher



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