sábado, 21 de janeiro de 2017

Star Wars Rogue One: o Verdadeiro Esquadrão Suicida



Por Davi Paiva


ATENÇÃO: CONTÉM SPOILERS!


Eu não sou diferente de muitos fãs que se acharam que Rogue One seria o episódio VIII da grandiosa saga de George Lucas. E foi a partir da publicação do meu próprio artigo sobre o episódio VII que tipo de filme ele era (embora o hype da internet iria me informar sobre isso mais para frente).

Assisti ao filme no Playarte Splendor, do Shopping Pátio Paulista, onde nunca fui tão bem atendido em toda a minha vida: o vendedor de ingressos foi paciente comigo, as vendedoras de lanches foram super educadas, o pessoal dentro da sala me ajudou a localizar a minha cadeira bem como a do meu primo e do meu sobrinho que me acompanhavam e o mais bacana foi eles anotarem os pedidos de todos e perguntarem formas de pagamento antes de começarem a sessão. Tudo na mais alta rapidez e cordialidade. Incrível!

O que achei do filme? Vamos por partes...

Elenco: não é ruim. Da mesma forma como na primeira trilogia, Rogue One aposta em muitos nomes desconhecidos para vender o filme e não os atores (toma essa, X-Men!). E é claro, um ou outro nome de peso fazem a diferença na trama.

Infelizmente, os nomes de peso acabam sendo muito mal aproveitados. Forest Withaker é reduzido a um Darth Vader genérico que não se salva de uma morte iminente sem um bom motivo e o tempo de tela de Mads Mikkelsen também foi bem curto.

Um grande destaque no filme foi a “ressurreição” de Tarkin com computação gráfica, interpretado originalmente por Peter Cushing na primeira trilogia e o “rejuvenescimento” de Carrie Fisher nas cenas finais. No primeiro caso, o processo não saiu perfeito (depois de um tempo de filme que notei como o rosto dele me parecia estranho) ao passo que o segundo ficou perfeito, a meu ver. Acho que quanto menos tempo de tela um personagem tiver, melhor fica o rosto dele(a)...


#ObrigadoDisney


E só um outro ponto que quero ressaltar: repararam como Star Wars está apostando em representatividade? Mais mulheres no papel principal (Felicity Jones / Jin Erso), mais de uma mulher (Genevieve O’Reilly / Mon Mothma), atores negros como já dito anteriormente, mexicanos (Diego Luna / Cassian Andor) e asiáticos (Donnie Yen / Chirrut Iwme e Jiang Wen / Baze Malbus) estão tornando mais rico o universo Star Wars (apesar de algumas reclamações que o personagem de Donnie Yen é o típico “asiático lutador de artes marciais”).

Roteiro: se pararmos para pensar, Rogue One é um filme que foi feito para responder a uma piadinha que todo mundo adorava fazer: por que a Estrela da Morte tem uma falha?

Claro que o filme tem os seus méritos por mostrar como era o universo pós episódio três com o leite azul, o “mito Jedi” e outras coisas. Por outro lado, outras foram difíceis de engolir.

• Como Jin tem voz tão ativa em uma reunião do conselho rebelde ao ponto de falar e todo mundo ouvir sem alguém dizer um “quem é você, pirralha?”? Ela teve mais espírito de liderança que o Capitão América!

• Atrair um grupo formado pelas pessoas com quem tinha mais contato é uma coisa... mas atrair alguns personagens para “encher linguiça” é forçado!

• Como Chirrut faz toda aquela cena épica de andar rezando sem ser atingido por um tiro... enquanto o seu amigo corre até ele e não é atingido por ninguém?

• Como aquela tropa de Deathtroopers foi criada somente para aquele filme (mal de prequel: criar conceitos que não foram colocados na obra original).

E outras coisas que quero abordar nos próximos tópicos...

Cenas de ação: Rogue One levou a sério o conceito de “Wars” por ser um filme de batalhas violentas e também teve algumas táticas bem “ogras” como o momento em que a nave rebelde “empurra” o cruzador imperial (!!!).

As cenas individuais ou das táticas de batalha entre soldados também ficaram interessantes. Claro que os asiáticos ficaram muito “like a boss” com golpes, metralhadoras e tiros certeiríssimos.


Baze e Chirrut: os “pica das galáxias”

Darth Vader: eu, particularmente, gosto do conceito de criação do grande Lorde Sith e devo ser uma das poucas pessoas que não gosta de como o personagem foi usado na trama em todos os filmes. E o que vejo dele em Rogue One é o seguinte: segundo fãs com percepção mais apurada, James Earl Jones já não tem mais voz para dublar o personagem. Suas entradas em cena são bem mais para fan service do que para evolução da trama.

E sobre a cena final do corredor... que cena ruim!

Assim que vi a porta entreaberta, matei na hora que o soldado ia estender a mão com o arquivo para quem estivesse passando por ali. E se o grande vilão tivesse um pouco mais de cérebro, era só puxar o arquivo com a Força que tudo seria resolvido.

Coisas que, a meu ver, teriam tornado a trama melhor:

• Uma luta de Vader versus Chirrut em algum momento da trama;

• A porta do corredor final fosse totalmente fechada e aberta (ou entreaberta) com muito sufoco;

• Que os soldados rebeldes agissem mais como unidade: Vader pegaria o soldado com o arquivo... e ele o jogasse ao cara da frente, que corresse e ordenasse para que os outros detivessem o Lorde Sith até a morte (deles, é claro).

Pequenos detalhes fariam uma grande diferença.

Trilha sonora: é estranho ver um filme de Star Wars sem a música clássica de abertura... mas podem colocar a marcha imperial!
Esse pessoal não bate bem...

Importância no universo Star Wars: eu esperava que Rogue One trouxesse grandes respostas para o universo de George Lucas aos cuidados da Disney. Achei que Jin Erso seria a mãe de Rey e esposa de Luke (embora no decorrer do filme, cogitei a hipótese de ela formar par romântico com Cassian #EuShippo), mas o filme é tão fan service quanto os desenhos Clone Wars ou Star Wars Rebels.

Avaliação como um todo: Rogue One é um filme bem diferenciado no universo Star Wars tanto pela violência quanto pelo conceito “Esquadrão Suicida” onde o batalhão tinha esperanças de escapar, mas viu que todos iam morrer em prol de uma causa. É o melhor filme para muitos tanto pela questão da representatividade quanto pela questão da violência em si.

O que penso? Que é um bom filme. Ponto.


Obrigado a todos(as).


Será que farão um filme só para contar como conseguiram esse robô?


Nota: o melhor filme que vi em 2016 foi “Capitão América – Guerra Civil”.



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