Por Davi Paiva
Em qualquer área, sempre há aquela pessoa ou
grupo que muda todo o panorama e a forma como vemos ou executamos a atividade.
E o mundo dos quadrinhos não é exceção. Antes, os heróis eram sempre taxados
como bons e queridos por todos ao passo que seus inimigos eram sempre maus. Não
havia problemas pessoais com relação a meio de vida e a figura do protagonista
sempre era retratada em um adulto já na casa dos trinta anos.
O criador e a criatura
A criação de Stan Lee e Steve Ditko em 1962 veio para
quebrar esse paradigma. Peter Parker é um jovem nerd que entre a mordida de uma
aranha radioativa e o aprendizado do significado da frase “com grandes poderes
vem grandes responsabilidades”, percorre uma jornada rumo à fama e ao dinheiro
— afinal, qualquer pessoa que descubra um dom especial vai querer ganhar algo
com isso — que acaba com a morte de seu tio. Fato que marcará a sua vida para
sempre.
Homem-Aranha: Um herói além de UM uniforme
Ao contrário da criação de Bob Kane pela DC
Comics, o “herói ou ameaça” da Marvel não deixa que tal fato o torne uma pessoa
séria demais ou amarga com a vida. Parker se dá ao luxo de combater inimigos e
caçoar deles ao passo em que convive diariamente com a difamação de seu patrão
no jornal Clarim Diário ou com as dívidas. Como já foi visto, o mundo dos
heróis é formado por “homens feitos” e Peter é só um estudante do ensino médio
tentando tirar sua graduação em meio às tarefas de cuidar de uma tia idosa,
manter um emprego, pagar as contas, combater o crime... E relacionamentos
esporádicos — outro destaque: Peter quebra o paradigma de “nerd não pega
ninguém” e faz uma grande fila de namoradas.
As três namoradas mais populares do Homem-Aranha(sim.Ele teve outras)
Quando uma pessoa lê ou assiste alguma obra, ela quer se
identificar com algum personagem. E o que o Homem-Aranha faz com seus leitores
é justamente isso: sua área de atuação é palpável, seu modo de vida é tangível
e seus problemas são reais. Muitas vezes nos sentimos culpados pelas nossas
omissões, ficamos tristes por não termos recursos para comprar aquilo que
queríamos ou bem que queríamos falar com aquela garota da escola/curso que nos
atrai e ficamos parados por não termos em quem nos espelhar para dizer “eu
posso mostrar que sou uma pessoa legal”.
O herói de mil faces
E há 53 anos, sabemos o que fazer. Adquirimos o
conhecimento. E conhecimento é poder. E com grandes poderes...
Obrigado
a todos(as).
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